Conheço o primeiro livro de poemas:
Eu,
de Augusto dos Anjos.
Meu pai o tem
entre tratados de odontologia,
sem capa, velho,
enferrujado.
Livro misteriosíssimo,
no qual a morte é o superlativo
síntese de tudo,
absoluta como minha preguiça
de ir ao dicionário decifrar vocábulos.
Eucanaã Ferraz
(Livro Primeiro - Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1990)