Preciso
Porque é preciso
subir até o topo
do próprio mundo
e, em voz que for,
gritar alguma vez.
Porque é preciso
arrancar estrelas
do mar mais profundo,
e enfeitar com elas
o teto
do quanto
ainda se tem de alma,
de canto,
de amor.
Célia de Lima nasceu no interior de Minas Gerais e reside em Campinas, estado de São Paulo, desde 1993, onde atua como psicóloga clínica. Ainda bem jovem se encantou com a poesia, especialmente a de Thiago de Mello e a de Augusto dos Anjos, cada vez mais apaixonada pelas palavras e o que elas são capazes de transmitir, em emoção, de provocar, em experiência pessoal. Participou de alguns poucos concursos quando no Colegial, e continuou a ler poesia (Cecília, Tagore, Pessoa, Quintana...), mas desde então não escreveu mais, até 2003, quando começou a navegar na internet. Participando de um desses grupos de poemas e mensagens conheceu o poeta Ederson Peka, administrador do Site de Poesias, de quem recebeu incentivo para escrever; não parou mais, desde então, mas nunca o faz com tanta freqüência, e na imensa maioria das vezes só de improviso, e "quando a palavra pega de um jeito sem saída".
Não tem nada publicado. Talvez algum dia, quando sentir seus versos mais maduros, publique algo, em pequena tiragem, apenas pelo gosto de fazer o que falta; já que plantou umas árvores e já teve o Vítor.
Sobre a autora,
Por Lucia Constantino:
A poesia de Célia é clara, límpida, aberta ao coração do leitor como uma fonte cristalina. Seu estilo é marcante, numa lírica altamente expressiva e construída com um imagismo rico e profundo. Ler a poesia de Célia é encantar-se como diante de uma pintura delicada que nos abre as janelas da alma para perscrutar e (re)conhecer as mais belas cores que refletem um mundo melhor e mais digno.
Disfarce
Expulsa à intenção das artérias,
a vida já vibra nas cordas...
grita muda,
ávida de ar.
...Num ápice, arromba o céu
e, disfarçada de poesia,
voa.
Célia de Lima
a vida já vibra nas cordas...
grita muda,
ávida de ar.
...Num ápice, arromba o céu
e, disfarçada de poesia,
voa.
Célia de Lima
Inteira
Tens essa face do inusitado
que eu reconheço
e me corrompe
os segredos
e os sentidos
e tens essas manhãs
desadormecidas e claras
em iluminados sussurros
e a minha verdade
tens, única
e inteiramente
nua
à face que é tua
a paz que se cumpre
Célia de Lima
que eu reconheço
e me corrompe
os segredos
e os sentidos
e tens essas manhãs
desadormecidas e claras
em iluminados sussurros
e a minha verdade
tens, única
e inteiramente
nua
à face que é tua
a paz que se cumpre
Célia de Lima
essa paz
não há por esses campos,
um centímetro de sonho
que não seja amor.
e essa paz em que me encontro
é fortaleza
para pisar a minha terra
e entendê-la
quando eu me for.
Célia de Lima
um centímetro de sonho
que não seja amor.
e essa paz em que me encontro
é fortaleza
para pisar a minha terra
e entendê-la
quando eu me for.
Célia de Lima
Qualquer sorriso
Pelos meus tantos caminhos tortos
vou, sem palavras de ordem
atento ao que me permanece
e o que não me enternece
não me soa
nem sua.
A minha paz é simples
e qualquer sorriso é Seu,
Deus.
Célia de Lima
vou, sem palavras de ordem
atento ao que me permanece
e o que não me enternece
não me soa
nem sua.
A minha paz é simples
e qualquer sorriso é Seu,
Deus.
Célia de Lima
Caminhos
Pelas veredas eu sigo sozinho
-sozinhos vão muitos de nós,
companheiros no breve caminho
dos que pensam ir a sós.
As veredas são escaninhos
dos que tentam soltar os nós...
mergulhar no próprio ninho,
descobrir o passarinho,
emergir na própria voz.
Célia de Lima
-sozinhos vão muitos de nós,
companheiros no breve caminho
dos que pensam ir a sós.
As veredas são escaninhos
dos que tentam soltar os nós...
mergulhar no próprio ninho,
descobrir o passarinho,
emergir na própria voz.
Célia de Lima
Leve
Na palma da tua mão,
um girassol.
No teu rosto, uma tal ternura
que não se vê assim tão doce
e heróica
por aqui.
Deve ser a alma na ponta dos pés,
na ausência das vaidades
que os ventos descontruíram.
Não, eu não me canso:
a cada um desses vôos
eu fico mais leve.
na minha condição de humana.
Célia de Lima
um girassol.
No teu rosto, uma tal ternura
que não se vê assim tão doce
e heróica
por aqui.
Deve ser a alma na ponta dos pés,
na ausência das vaidades
que os ventos descontruíram.
Não, eu não me canso:
a cada um desses vôos
eu fico mais leve.
na minha condição de humana.
Célia de Lima
em força e lume
Quando ousas meu caminho
é que me arrebatas os sentidos,
ganhando em suor bendito
as forças que me seduzem:
sol, vento... meu versentimento
no que sei, no que pressinto.
Vida.
É o que traduzes
em vôo livre.
Vida.
É o que consinto
em força e lume.
Célia de Lima
é que me arrebatas os sentidos,
ganhando em suor bendito
as forças que me seduzem:
sol, vento... meu versentimento
no que sei, no que pressinto.
Vida.
É o que traduzes
em vôo livre.
Vida.
É o que consinto
em força e lume.
Célia de Lima
Ainda
Entre os meus dedos,
como o pulso no sangue,
ainda correm os teus cabelos...
Se não és forte o bastante,
por que será que me embalas
tantos sonhos
gigantes...?
Célia de Lima
como o pulso no sangue,
ainda correm os teus cabelos...
Se não és forte o bastante,
por que será que me embalas
tantos sonhos
gigantes...?
Célia de Lima
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