O caminho

Descobre-se o caminho pelo verde das árvores
pela toca onde hiberna o réptil,
uma aldeia nua num deserto
de árvores do deserto.

Sobe-se pelas suas vertigens,
o lugar onde colocamos o impulso do sangue,
as aranhas que temos no sítio da alma.

Por fim assentamos a flor dos pés na terra
para lermos, na obscuridade, sobre o chão,
o ruído de todas as coisas.

Vieira Calado