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Falo sempre em tons de nada
Para não mais ser ouvido por quem quer que seja
Perdi o rumo ao esconder o tempo na gaveta
Na palavra espremida sem lugar em minha alma.

Fui andando sem andar até não ser mais ninguém
Indefinido em qualquer um em portas e janelas afins
Chutando pedras na calçada para que tudo então não passe
De um tanto de coisa alguma que arde e queima no além.

João Ayres