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A solidão me lacera no escuro deste quarto
E eu sangro a incerteza deste dia frio e cinzento
A morte invade agora minha alma em pouco a pouco
E eu me perco no abandono de ruas e becos escuros.

O tempo devora minha sina de não ser
Nem menos no que resta em todos os restos e nada mais
Já perdi muito tempo a procurar palavras
Que rangiam em minha alma acorrentada nas sarjetas.

João Ayres